em movimento

16 ago - 19 out _ 2013

em movimento

A coletiva “Em Movimento” (“In Motion”) destaca os mais significativos artistas em abstração cinética que Raquel Arnaud vem trabalhando ao longo desses anos. A exposição reúne 14 obras na qual nomes seminais como Carlos Cruz-Diez, Jesús Rafael Soto, Luis Tomasello e François Morellet dividem o espaço do primeiro piso da galeria com trabalhos dos artistas Dario Pérez-Flores e Hugo Demarco, da segunda geração e ainda com Elias Crespin e Wolfram Ullrich.

A primeira exposição desta vertente artística na galeria foi do venezuelano Carlos Cruz-Diez, em 1987. Segundo Arnaud, a presente coletiva é uma homenagem ao artista, que em 2013 comemora 90 anos. A galeria também introduziu Jesús Rafael Soto no circuito brasileiro.

Sobre os artistas:

CARLOS CRUZ-DIEZ (1923, Venezuela)

É internacionalmente reconhecido pelas suas Fisicromias e Cromointerferências nos espaços e pelas suas obras esculturais em grande escala que exploram a teoria e a prática de cor.

JESÚS RAFAEL SOTO (1923-2005, Venezuela)

Tempo e movimento foram as principais preocupações nas obras de pintura e escultura e na arte cinética do artista venezuelano. Famoso pelos seus “Penetráveis”, esculturas em que o observador pode atravessar e interagir, Soto mudou para Paris em 1951, onde travou conhecimento com alguns artistas alemães e suíços, entre os quais Josef Albers, e passou a tratar a independência da cor para resolver conscientemente o que chamava de “a ambivalência especial da cor”.

“Senti que a cor estava necessitando e reclamava uma solução espaço-temporal que poderia encontrar um lugar dentro da ambiguidade espacial que me interessava tornar evidentes.”

LUIS TOMASELLO (1915, Argentina)

Após seus estudos em Buenos Aires, mudou-se para Paris em 1957, onde se juntou a um grupo de artistas cinéticos e de OP arte. Tornou-se conhecido pelas suas “Atmosferas cromáticas”, esculturas fragmentadas que mudavam o padrão das cores, luz e sombra.

DARIO PÉREZ-FLORES (1936, Venezuela)

Sobre a influência de Jesús Soto e Carlos Cruz-Diez, Pérez-Flores se juntou ao movimento ótico de 1970. Criou trabalhos que sutilmente geram uma vibração ótica, uma atmosfera cromática mutante, atraindo o espectador ao centro da obra.

HUGO DEMARCO (1932-1995, Argentina)

Demarco começou cedo a expandir sua prática na pintura, explorando novos materiais que permitiram sua diferente abordagem com a cor. Mesmo declarando nenhuma afiliação, seus trabalhos combinam a herança do construtivismo e a ampla tradição da Bauhaus, a autonomia da arte e sua natureza experimental. Focando a cor e o movimento, ele pinta telas e cria relevos e objetos motorizados que desafiam a percepção do espectador.

FRANÇOIS MORELLET (1926, França)

Para o artista francês um trabalho de arte basta por si só. Seus títulos são sofisticados e descrevem as condições da produção da obra. Em sua extensa carreira trabalhou com inúmeros materiais, mas determinado a encontrar um novo modo de expressão, começou a usar o neon em 1963, material cujas especificações como luminosidade e o fato de ser manufaturada, o interessavam.

ELIAS CRESPIN (1965, Venezuela)

Suas esculturas – eletrocinéticas – são composições simples de figuras geométricas, que suspensas por fios invisíveis e animadas mecanicamente por complexas formas matemáticas computadorizadas, geram movimentos de extrema leveza e harmonia.

WOLFRAM ULLRICH (1961, Alemanha)

Ullrich trabalha com abstrações geométricas tridimensionais. Suas obras lidam com o ambiente espacial da instalação, dinamizando as relações entre espaço e movimento como variáveis constantes.